FILOSOFIA

Nunca é tarde!

 "(...)o homem existe, encontra a si mesmo, surge no mundo e só posteriormente se define. O homem, tal como o existencialista o concebe, só não é passível de uma definição porque, de início, não é nada: só posteriormente será alguma coisa e será aquilo que ele fizer de si mesmo. Assim, não existe natureza humana, já que não existe um Deus para concebê-la. O homem é tão-somente, não apenas como ele se concebe, mas também como ele se quer; como ele se concebe após a existência, como ele se quer após esse impulso para a existência. O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo: é esse o primeiro princípio do existencialismo."
Sartre – O Existencialismo é um Humanismo
Vejamos estes três exemplos:
1 – A lagarta entra em seu casulo e após um período se transforma em borboleta.

2- O milho duro lançado na panela é levado ao fogo e eis um boom: transformou-se em pipoca.

Agora vejamos este outro exemplo:

3- O bebê nasceu, cresceu e virou neném, cresceu de novo e virou criança, cresceu novamente e virou adolescente, cresceu mais um pouquinho e se tornou adolescente, cresceu e eis o jovem, amadureceu tornou-se adulto, amadureceu de novo tronou-se um coroa, amadureceu mais um tantão e entrou na terceira idade.

Nos dois primeiros casos podemos dizer que houve uma transformação, no último, se analisarmos apenas o aspecto físico, diremos que houve um desenvolvimento.  Nos dois primeiros exemplos podemos verificar uma evolução, o elemento original transformou-se em outra coisa diferente do que era.

No terceiro exemplo, o elemento progrediu, porém manteve as mesmas características do original.

Mas então, o que estou dizendo é que nós, seres humanos, não evoluímos?
Sim! Desde quando deixamos de ser “neandertais”,  evoluímos muito! Contudo, ainda há muito que evoluir, não só em caráter físico, mas:

Diferente da nossa matéria, nossa psique, nossa alma, nosso espírito, vive em constante transformação. Mas claro, só para os que ambicionam.

Todavia, atenção, não se trata de tarefa fácil! Não! Requer muito sofrimento. Oras, observem os dois primeiros exemplos, para se transformar em algo melhor a lagarta teve que destruir seu antigo corpo, e o mesmo pode-se dizer do milho, quando este passa pelo fogo.

Não existe vida fácil para aqueles que almejam ser melhores do que foram ontem. Como na parábola bíblica, será necessário escolher a porta estreita das dificuldades, e renunciar tudo aquilo que nos remete a falsa ideia do prazer fácil e das futilidades diárias.

Como no velho ditado: Desconfie de tudo aquilo que vem fácil. O homem que não se sacrifica em prol de alguma coisa é um preguiçoso!

Toda escolha resulta em perda. Ao escolhermos um caminho abrimos mão de outro. Todavia, podemos voltar e retomar o outro caminho?

Algumas vezes sim, porém outras não.

Um exemplo: Quando você renuncia a um amor por liberdade, você poderá até se arrepender depois, porém nada garantirá que pessoa estará disponível para você novamente.

Se você opta matar um irmão, ao disparar o gatilho, nada o trará de volta, caso ele morra.

Portanto, meus amigos, a vida feita de escolhas e toda escolha resulta em consequências.

Então, devemos saber escolher o melhor. Mas como saber o que é melhor?

Por meio da educação, por meio da experiência e também por meio da índole! Infelizmente, a geração atual perde muito ao não escutar os mais velhos, como acontecia com as gerações passadas.

São os mais velhos quem nos ensinará a partir de suas experiências de vida. Porém, para escutar é preciso confiança. Confiar no que a pessoa te ensina e mais, confiar que esta pessoa quer o seu bem.

Só quem nos quer bem será capaz de dar o melhor de si, de nos ensinar o seu melhor. E é aí que entra a índole, a de quem ensina e a de quem aprende.
Depois, com o decorrer da vida, seremos capazes de fazer nossas próprias escolhas, fruto de nossa própria experiência.

Tolo é todo aquele que não dá atenção à sabedoria do seu próximo. Muitas vezes deixa de aprender por orgulho e soberba.

Isso significa que só os mais velhos poderão ensinar? Não!

O conhecimento é algo dinâmico e as pessoas devem se atualizar constantemente. Muitas coisas que os jovens aprendem, hoje em dia, não existiam no passado.  Além disso, o homem não é sabedor de todas as coisas. Nós, seres humanos, sempre poderemos aprender com quem sabe mais. Todavia, para isso, é preciso muita humildade.

Lembrem-se da máxima do grande filosofo grego Sócrates: "Só sei que nada sei"

Humildade para saber que sempre estaremos num ponto intermediário: Existem aqueles que sabem mais e aqueles que sabem menos. E sempre poderemos aprender uns com os outros, até mesmo com o mau exemplo. Observem: - Aquele caiu no buraco. Não vou fazer o mesmo!

Bom, até aqui tratei sobre a educação e a experiência, mas e a índole? É possível melhorar a índole? Sim, é possível! Então, como?

Pela força do bom exemplo! Um exemplo: Sou egoísta e sei por experiência, que isso não faz bem, nem a mim, nem ao próximo. Então, o que posso fazer para melhorar é copiar o exemplo do generoso, mesmo contra minha própria vontade, força do meu hábito. Isso requer disciplina e dedicação.

Outro exemplo: sou uma pessoa violenta, agressiva e sei que isso não me faz bem, nem ao meu próximo. Com isto, se quero melhorar, posso seguir o exemplo do meu irmão pacifico.

Outro caminho, apesar de todas as críticas, algumas religiões ajudam muito no desenvolvimento moral e ético.

No país existem leis que regem os códigos de conduta de uma sociedade, então, ainda existe outro meio: manter-se dentro das leis, respeitando-as.

A barbárie leva a destruição, o homem que segue só os seus instintos assemelha-se aos animais.

Mudar gera sofrimento, é uma luta interna que dói... Requer sacrifícios pessoais, mas o resultado é gratificante.

Um dia para a borboleta é uma eternidade. Aposto que nenhuma borboleta deseja voltar a ser lagarta. E a pipoca alimenta, o milho duro vai para o lixo.
Não acredito naquele que diz: quero viver como os animais!

Sendo assim, meus amigos, a escolha é nossa. Basta desejar!

Aquela velha história! O sujeito progrediu na vida: formou família, cursou universidade, comprou casa e carro, mas continua com a mesma mentalidade mesquinha e preconceituosa de sempre, não evoluiu quase nada, e resultado: não está feliz!

É muito fácil terceirizarmos a culpa das nossas infelicidades, mas nem Deus, nem os outros, podem escolher por nós.  Como na filosofia existencialista, o nada que somos se transformará mediante nossas próprias escolhas.

Por isso, meus companheiros, o que desejo a vocês é: mãos a obra! Façam suas autocríticas, vejam o que precisa ser mudado em suas vidas, façam suas escolhas e comecem a mudar desde agora, porque como na música de Raul Seixas, é preferível:

“...ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

Nessa vida é preciso saber romper paradigmas e nunca é tarde!


Pílula azul ou vermelha?

No primeiro filme da série "Matrix", há um momento crucial que determina todo o desenvolvimento da história. Por que falamos nisto? Porque no mundo real como no filme Matrix, uma escolha, dependendo da escolha, pode decidir toda a trajetória de nossas vidas.

Na trama, Morpheus (Laurence Fishburn) encontra-se com Neo (Keanu Reaves) para lhe explicar que o mundo no qual vive não é o mundo real e verdadeiro. Os humanos são meros escravos de um poderoso sistema de computadores designado Matrix que controla a mente humana.

Morpheus (nome inspirado no Deus dos Sonhos da mitologia grega) oferece a Neo a escolha entre tomar a pílula azul ou a vermelha. Tomando a azul, Neo permanecerá na ilusão; se optar pela pílula vermelha, conhecerá a verdade que está por trás do mundo que julga ser real.

Neo escolhe pílula vermelha e assim, toma conhecimento da complexa verdade por trás do seu mundo de aparências. A partir desta simples circunstância entre a dicotomia do mundo real e do mundo ilusório ou aparente, descortinam-se muitas leituras filosóficas e religiosas:

Metaforicamente estas pílulas representam a condição humana: a dualidade entre o homem que se abstém com explicações dogmáticas e aceita passivamente tudo o que existe à sua volta, ou o homem que enseja libertar-se das correntes da ilusão, optando por conhecer a a verdade custe o que custar.

Este episódio de"Matrix" faz alusão a outros contextos: a história "Alice no País das Maravilhas", do escritor  Charles Lutwidge Dodgson,  na qual Alice tem de escolher entre beber o líquido azul ou vermelho; a "Alegoria da Caverna" de Platão, em que mostra homens vivendo num mundo das sombras observando a mera representação da realidade; e a teoria pós-moderna do filósofo francês Jean Beaudrillard, em que o autor discorre sobre o mundo pós-moderno sob a ótica dos "Simulacros e Simulação". 


Seleção natural 

Evolução, mais precisamente evolução biológica, genética ou orgânica, em biologia, diz respeito a mudança das características hereditárias de uma população de uma geração para outra. Este mecanismo faz com que as populações de organismos mudem e se diversifiquem ao longo do tempo.

Especificamente, no ramo da genética, a evolução pode ser entendida como qualquer alteração no número de genes ou na frequência dos alelos de um ou um conjunto de genes, em uma população, ao longo das gerações.

O naturalista britânico, Charles Darwin, escreveu em 1859 o livro  "A Origem das Espécies" - detalhando a teoria de evolução por seleção natural. O trabalho de Darwin levou rapidamente à aceitação da evolução pela comunidade científica.


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