CRÔNICA

Quando o amor é reciproco o conteúdo pode e deve ser diferente!





Quando me olho no espelho será que a imagem que vejo é recíproca?

Serão os vampiros seres unilaterais? Oras, tais entidades, segundo rezam suas lendas, não refletem imagens no espelho. 

Será que a imagem que faço de mim é exatamente o que sou, ou o que vejo é apenas a ponta de um iceberg?

Espelho, espelho meu será que eu me amo? É, acho que a bruxa má do conto de fadas "Branca de Neve e o Sete Anões", sente mesmo uma enorme falta de amor próprio. Afinal de contas, não é o amor que sentimos que torna as coisas admiradas em coisas belas?

Mas o por quê de tantas indagações?

Tudo isso para falar sobre reciprocidade: Tudo aquilo que é correspondido, assim, dentre outras coisas, como o sentimento.

Eu amo como sou amada? Aqueles me odeiam, recebem de mim profundo desprezo... Será o desprezo um espécie de ódio? Desprezo no sentido de: eu sei que sou mil vezes melhor que você. 

Não, desprezo definitivamente não é ódio, mas sim, um profundo desafeto. Ódio é a fúria misturada com um profundo sentimento de aniquilação do outro, ou da coisa em questão. 

Não, desprezo não é ódio. Desprezo é: Definitivamente, eu não gosto de você, mas nem por isso quero te matar. Viva sua vida longe de mim e não me aborreça. 

E o amor correspondido? Olha, aqui precisamos saber diferenciar amor correspondido de projeção. Projeção é idealização. Para amar de verdade é preciso conhecer o outro e mesmo assim amá-lo, ainda que se conheça os seus defeitos.

Olha, é muito diferente do que acontece quando se projeta qualidades que nos são próprias, no outro individuo. Eis aí a decepção quando acabamos por conhecê-lo (o outro) de verdade, como verdadeiramente é. 

O outro me ama, mas eu não suporto os seus defeitos: me é penoso conviver com tal pessoa. Ah, isso não é amor. Para amar de verdade é preciso gostar de quem se ama. 

Eu amo fulano de tal, mas eu não gosto do jeito dele. O que é isso? Isso é afeto, não é amor. Para se ter afeto, não necessariamente precisamos amar.

Se o vampiro não reflete imagem, então ele não se conhece? Uai, amor é muito mais do que imagem. Para se conhecer de verdade é preciso amor. Narciso, aquele que se apaixonou pela própria imagem, na verdade era um egoísta. Ele ama a si próprio e a mais ninguém, a ponto de morrer por isso. Amor de verdade é feito tampa e panela. 

Talvez os vampiros sejam mais propensos ao amor. É na ausência do seu reflexo que ele se deixa completar pelo outro. 

Claro que digo isso dos vampiros que sabem amar. Os parasitas psicopatas, não sentem amor, e não, necessariamente, são vampiros.  

O sangue preenche o copo vazio, assim como a tampa que completa a panela, o sangue completa o copo. Mas é claro, o que dizer das panelas que possuem suas tampas, mas estão vazias??

No amor o conteúdo faz toda a diferença, depois basta tampar o copo, ou a panela. Por isso dizem: é melhor casar depois dos quarenta... Assim aproveita-se melhor o conteúdo. No mais:

"Não interessa se ela é coroa, panela véia é que faz comida boa"...

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