FILOSOFIA

 

O Sucesso Destrutivo e a Ilusão do Esquecimento



Vencer na vida destruindo a vida de muitos. Isso é, de fato, sucesso? A nossa sociedade, fascinada pelo resultado, frequentemente ignora os vestígios da jornada. Mas a ética nos impõe uma pergunta: O que vale um pódio alcançado sobre os escombros de reputações e sonhos alheios?

Há aqueles cuja ambição se manifesta como uma doença da alma. Não suportam o brilho do outro; na verdade, veem esse brilho como uma ameaça à sua própria luz frágil. Fazem de tudo para apagá-lo: manipulam, depreciam, sabotam. O indivíduo, consumido pela inveja e pela falta, está sempre a cobiçar o que é do outro, seja a posição, o reconhecimento ou o mérito. Ele não busca a própria ascensão, mas sim o nivelamento por baixo.

E, então, ele "vence" na vida. Chega ao topo. Por um tempo, vive a ilusão de ter apagado os vestígios dos infortúnios que provocou. Ele veste a capa do sucesso, usa o dinheiro como cortina de fumaça e espera que a sociedade, ou até mesmo sua própria consciência, esqueça o rastro de dor que ele deixou para trás.

Mas a destruição não é uma via de mão única; ela sempre retorna à fonte.

O indivíduo que sobe esmagando os outros carrega consigo o peso da desconfiança universal. Ele pode ter o poder, mas jamais terá o respeito. O sucesso material que ele exibe é, na verdade, uma prisão de ouro. Ele vive cercado por bajuladores e por pessoas que o temem, nunca por amigos leais ou colaboradores genuínos. Cada novo elogio soa oco, pois ele sabe que foi conquistado pela força ou pela manipulação, e não pela admiração sincera.

O maior infortúnio que ele não consegue apagar é o seu próprio vazio. A riqueza não preenche o buraco deixado pela ausência de caráter. O aplauso não silencia a voz interior que lembra os atos de covardia. O "sucesso" construído sobre mentiras exige uma vigilância constante para sustentar a fachada, e essa vigilância consome a paz, o sono e a saúde.

A vida, em sua sabedoria, ensina que a vitória verdadeira não está na acumulação, mas na integridade do processo. O sucesso que destrói é uma derrota moral. A pessoa pode ter vencido o mundo corporativo ou social, mas perdeu a si mesma. E essa é a única ruína da qual o dinheiro e o poder jamais poderão reconstruir.

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